REPRISE: Em todos os níveis as eleições motivam lamentações, lagrimas e revolta entre os derrotados. Sempre assim. Perder agride o ego, machuca a vaidade do eleitor ingênuo ao candidato calejado.
Alguns candidatos levaram sonoro ‘não’ por conta de fatores as vezes inaceitáveis a luz da lógica. Mas – as eleições teriam mesmo lógica?
LAMENTOS: Continuam! Até a Muralha da China – se transformada no ‘Muro das Lamentações’ seria insuficiente para acolher tantos inconformados com seus pedidos – a espera de milagre e quiçá da vinda do ‘Salvador’. Mas lembro que é na derrota que se conhece os campeões. Perder é parte do jogo da democracia. Basta de nhenhenhém.
PACIFICAÇÃO: Um amigo questiona: ‘será que vale a pena dividir o Brasil, rompendo laços afetivos valiosos e se distanciando dos amigos e vizinhos antigos? Na verdade, nós precisamos oxigenar e rever também as relações no campo digital onde ainda se trava embates dos aliados dos dois candidatos. Que tal baixar as armas? O Papai Noel está chegando.
EXCESSOS: São vistos entre perdedores e vencedores. Os primeiros continuam alimentandos teses absurdas com manifestações e postagens nas redes sociais inclusive. Os segundos, equivocadamente tentam apagar o incêndio com gasolina. Essa guerrilha de acusações reciprocas passa intranquilidade à população. O país precisa de paz para crescer.
PASSIONAL: Latino é diferente do povo eslavo e bretão. Emotivo, de arroubos. Isso foi um dos fatores que levaram Raquel Lyra a derrotar Marília Arraes em Pernambuco, virando a disputa no 2º turno após a
morte súbita do seu marido ao final do 1º turno. Ao negar o pedido da viúva pelo adiamento do início da campanha do 2º turno, Marília cavou a derrota. O eleitor reprovou sua atitude insensível naquela hora dolorida. Foi o voto por compaixão.
COMPARANDO: Pelas aparências Fernando Haddad seria o favorito no pleito de São Paulo. Ex-prefeito da capital, cacique do PT, com apoio de Lula, contra um adversário técnico estreante em eleições e
importado do Rio de Janeiro. Ao final pesaram outros fatores e a reação do eleitorado contrariou as previsões iniciais. Mais uma vez o PT leu errado o pensamento do paulista e do paulistano.
REFLEXÕES: Talvez nem percebemos, mas nossos ídolos esportivos, artísticos, e referencias políticas sucumbem com o tempo. A imagem, a fala e gestos apresentam mutações. Portanto, as projeções para as
eleições de 2024 passam também pelo fator idade de nossos protagonistas. Dois anos passam rápido, mas imprevistos podem ocorrer neste período.
MUDA? Amigo comerciante indaga: o BNDES de Lula dará prioridade aos micros, pequenos e médios empresários? Nos governos petistas grandes construtoras foram bancadas para atuar no exterior (metrô de Caracas-porto de Mariel) e artistas compraram jatinhos com nosso dinheiro. Mas o banco ignorou os apertos de quem não tinha padrinho político.
INCOGNITA: Lula governará para o PT ou para o país? Conseguirá se livrar do fardo odioso que acumulou ao longo dos últimos anos, pela sua prisão e a pecha de corrupto? O núcleo do seu
Governo será ocupado exclusivamente por cardeais petistas ou haverá espaço para os liberais citados como futuros integrantes da sua equipe?
BALANCO: O PSDB elegeu o governador e 6 deputados estaduais e 3 federais; O PP – vice governador, senadora, 2 deputados estaduais e 1 federal; o PL – 3 deputados estaduais e 2 federais; PT – 3 deputados estaduais e 2 federais; MDB – 3 deputados estaduais; 1 cada – Patriota, Podemos, PRTB, PDT, PSD, Republicanos e União Brasil.
RENATO CÂMARA: Perdeu 15.535 votos em relação a 2018. Ao seu estilo sereno credita o fato à polarização da campanha estadual entre esquerda e direita, fragilizando candidatos liberais dos partidos de centro. Embora argumentando que teria pesado a força das ‘maquinas municipais e estadual’ em prol de candidaturas alinhadas, ele reconhece: ‘faz parte do jogo’.
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